Pesquisa divulgada nesta quinta-feira 25 pelo instituto Ipespe mostra que, pela primeira vez no ano, a aprovação do governo Lula supera numericamente a desaprovação, embora ainda sob empate técnico. Segundo o levantamento, o governo é aprovado por 50% dos eleitores, contra 48% que dizem reprovar (2% não responderam).
Até maio, a distância entre aprovação e desaprovação chegava a 14 pontos. A virada coincide com o episódio do tarifaço imposto por Donald Trump a produtos brasileiros e, sobretudo, com a resposta política do Planalto. A percepção de que Lula reagiu de forma assertiva parece ter ajudado a reverter o humor do eleitorado.
Outro indicador reforça essa mudança de clima. De acordo com o Ipespe, os entrevistados notam que o noticiário se tornou menos hostil. Hoje, 38% dizem ver mais notícias positivas sobre o governo, contra 35% que relatam notícias negativas e 19% que percebem cobertura neutra. Nos meses anteriores, o saldo era bem mais desfavorável ao Planalto.
Outros poderes
O Ipespe procurou saber, também, a opinião da população sobre o legislativo (Câmara e Senado) e o Judiciário (Supremo Tribunal Federal). O cenário é pior para deputados e senadores do que para os juízes do Supremo.
Hoje, apenas 18% dos eleitores dizem aprovar o trabalho da Câmara, contra 70% que reprovam, uma diferença de 52 pontos percentuais. E o cenário é pior que na pesquisa de julho, quando a diferença era de 39 pontos.
A avaliação do Senado é um menos ruim, mas ainda bastante negativa: 26% dos eleitores dizem aprovar, outros 59% desaprovam. A diferença é de 33 pontos percentuais (em julho, era de 36).
Em relação ao Supremo, responsável pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe, o cenário é de equilíbrio: 46% dizem aprovar a atuação, enquanto 44% reprovam. Segundo o Ipespe, foi justamente a atuação no caso da trama golpista que levou a uma melhora na avaliação (em julho, a reprovação superava a aprovação em seis pontos).
A pesquisa contou com a participação de 2.500 pessoas de todas as regiões do país, em entrevistas telefônicas e pela internet, realizadas entre 19 e 22 de setembro. O Ipespe destaca que o levantamento não captou a repercussão das manifestações do domingo 21 contra a PEC da Blindagem, nem o discurso de Lula na Assembleia-Geral da ONU. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.