O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, foi assassinado em Praia Grande, no litoral paulista, nesta segunda-feira 15. Desde janeiro de 2023, ele ocupava o cargo de secretário de Administração do município.
O crime ocorreu por volta das 18h20, na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, na Vila Caiçara.
Imagens captadas por uma câmera mostram a ação. Fontes dirigia um Fiat Argo e bateu em um ônibus, momento em que os homens armados desembarcaram de outro carro e atiraram contra o ex-delegado.
Em nota, o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que policiais militares atenderam rapidamente à ocorrência e localizaram o automóvel utilizado pelos criminosos. Equipes estão em campo para realizar diligências, com o suporte de ferramentas de inteligência para identificar, prender e responsabilizar os envolvidos, acrescentou a gestão estadual.
A prefeitura de Praia Grande lamentou o assassinato do secretário e adiantou que informações sobre a investigação cabem aos órgãos de segurança do estado.
Ele teve papel de destaque e pioneirismo em investigações sobre o Primeiro Comando da Capital, o PCC. Foi Fontes quem, por exemplo, indiciou a cúpula da facção criminosa, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, no início dos anos 2000. Passou, então, a ser considerado um inimigo desses criminosos.
Era tido como um dos maiores especialistas sobre o funcionamento do PCC por sua experiência na investigação, quando chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Deic.
Delegado há mais de 40 anos, começou a carreira como titular da Delegacia de Polícia de Taguaí. Posteriormente, foi, entre outras atribuições, delegado-assistente da Equipe da Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa; titular da 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico; e titular da 5ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Furtos e Roubos a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais.
Fontes também foi delegado-geral de Polícia do estado de São Paulo (entre 2019 e 2022, na gestão de João Doria) e diretor do Departamento de Polícia Judiciária da capital. Ainda foi professor-assistente de Criminologia e Direito Processual Penal da Universidade Anhanguera e de Investigação Policial da Academia da Polícia Civil do estado.