STF encerra interrogatório de 31 réus da trama golpista – CartaCapital

A Secretaria de Segurança do Distrito Federal está preparando um esquema especial para o julgamento do número crucial da trama golpista, que começa nesta terça-feira 2. O plano conta com a presença de policiais militares nas proximidades, aumento do efetivo e uma célula presencial de inteligência que reúne órgãos locais e federais.

No esquema de segurança está previsto o fechamento da Praça dos Três Poderes e revistas em pessoas que passam pela região. Segundo o secretário, a principal fonte preocupação das forças de segurança não são os protestos de bolsonaristas, mas sim os chamados “lobos solitários”.

“Isso é algo que nos preocupa e faz com que a gente tenha essa necessidade, ou pelo menos essa conveniência, de estarmos todos juntos reunidos em um mesmo local para que qualquer informação nesse sentido possa poder ser compartilhada com todos que de alguma maneira participam desse processo de segurança”, disse a CartaCapital o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar.

Um exemplo de “lobo solitário” é o Francisco Wanderley, conhecido como Tiü França, que morreu ao detonar explosivos no fim do ano passado em frente à estátua “Justiça”, no Supremo Tribunal Federal.

“Está sendo feito um trabalho bem articulado, envolvendo não só órgãos do DF mas também órgãos federais. O Comando Militar do Planalto está em permanente contato conosco, as reuniões são constantes. Então, a gente está fazendo tudo que tem que ser feito para dar tranquilidade tanto no julgamento quanto no 7 de setembro”, disse.

Julgamento se aproxima

Começa nesta terça-feira 2 o julgamento do núcleo crucial da trama golpista na Primeira Turma do STF. Integram o núcleo central, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República:

  • Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal;
  • Almir Garnier Santos, almirante e ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Mauro Cid, tenente-coronel e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa; e
  • Walter Braga Netto, general da reserva e ex-ministro da Casa Civil.

Com exceção de Ramagem, todos respondem por cinco crimes: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

No caso do deputado federal do PL, a Primeira Turma decidiu suspender parcialmente a ação, por considerar que ele tem imunidade parlamentar contra os crimes em tese cometidos após a diplomação: dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, ambos relacionados aos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. O processo sobre os outros crimes, porém, continua a valer.

Por ser delator, Mauro Cid foi o primeiro a enviar suas alegações finais, em 29 de junho.

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