Ibovespa repercute possível corte de juros nos EUA
O dólar oscila na sessão desta segunda-feira (25) com leve alta. Por volta das 10h45, a moeda recuava 0,01%, cotada a R$ 5,4250. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançava 0,40%, aos 138.521 pontos.
Após uma sexta-feira movimentada nos mercados globais, a semana começa de forma mais tranquila para os investidores — que podem ajustar o otimismo diante da possibilidade de corte de juros nos Estados Unidos.
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Com poucos eventos previstos para o dia, o foco do mercado deve se voltar aos discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. No cenário doméstico, serão divulgados novos indicadores econômicos.
▶️ Depois de o presidente do Fed, Jerome Powell, indicar a chance de um corte de juros em setembro, os investidores acompanham os discursos de outros dirigentes, programados para ocorrer ao longo do dia.
Às 16h15 (horário de Brasília), Lorie Logan, dirigente do Fed de Dallas, fará seu discurso;
Às 20h15 (horário de Brasília), está previsto o pronunciamento de John Williams, presidente do Fed de Nova York.
▶️ Na sexta-feira, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou uma nova linha de crédito de R$ 10 bilhões, destinada a empresas nacionais impactadas por tarifas inferiores a 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
▶️ Ainda com as tensões entre EUA e o Brasil no radar, também na sexta-feira, o Banco do Brasil pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) que tome providências jurídicas contra perfis bolsonaristas que estão disseminando desinformação.
Segundo informações do Blog da Ana Flor, o ofício do banco lista postagens de perfis que estimulam pessoas a fecharem conta no banco com base em boatos sobre a Lei Magnitsky.
▶️ Nesta segunda-feira, analistas do mercado financeiro reduziram, pela décima terceira semana consecutiva, a projeção de inflação para 2025 no boletim Focus.
A projeção de inflação para 2025 recuou de 4,95% para 4,86%, mas ainda permanece acima do teto da meta, fixado em 4,5%.
▶️ Na agenda de indicadores, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou queda de 0,5 ponto em agosto, atingindo 86,2 pontos.
🔎 O ICC mede o nível de confiança dos consumidores em relação à economia, com base nas expectativas atuais e futuras sobre consumo e demanda por bens e serviços.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana:+0,51%;
Acumulado do mês: -3,12%;
Acumulado do ano: -12,20%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +1,19%;
Acumulado do mês: +3,68%;
Acumulado do ano: +14,70%.
Boletim Focus
O tarifaço implementado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, a produtos brasileiros está ajudando a reduzir a estimativa de inflação para o final deste ano.
O boletim “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (25), mostra que os analistas do mercado financeiro acreditam que a medida tende a conter a atividade e gerar um impacto baixista na inflação deste ano.
Veja as projeções:
➡️ A estimativa de inflação para 2025 caiu de 4,95% para 4,86%, ainda acima do teto da meta, que é de 4,5%.
➡️ Para 2026, a projeção recuou de 4,40% para 4,33%.
➡️ Para 2027, a expectativa caiu de 4% para 3,97%.
➡️ Para 2028, a previsão permaneceu em 3,80%.
🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor o poder de compra da população — especialmente entre quem recebe salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, mas os salários não acompanham esse aumento.
Corte nos juros americanos em setembro
Na sexta-feria, as falas de Jerome Powell animaram os investidores ao redor do mundo. Ele sinalizou a possibilidade de um corte de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em setembro.
Porém, Powell alertou que os efeitos do tarifaço de Trump ainda trazem um risco de alta para a inflação.
Apesar disso, William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, destaca que muitos investidores passaram a apostar na possibilidade de queda dos juros nos EUA.
Isso fez com que os títulos da dívida americana começassem a render menos, o que acabou enfraquecendo o dólar ao redor do mundo.
🔎 Quando os rendimentos dos títulos americanos caem, investir nos EUA fica menos atrativo para quem está fora do país. Isso pode fazer com que o dólar perca força em relação a outras moedas, já que há menos demanda por ativos americanos.
Segundo ele, a reação do mercado para essa perspectiva foi otimista, evidenciada pela valorização das ações listadas nas bolsas de valores, incluindo a brasileira.
“Essa dinâmica, com dólar desvalorizado, rendimentos menores e juros em queda, tende a beneficiar as empresas de capital aberto”, explica Castro.
Bolsas globais
As bolsas europeias operam em queda nesta segunda-feira, refletindo a perda de força do otimismo em torno de possíveis cortes de juros pelo Fed. A liquidez nos mercados também está reduzida, já que o Reino Unido permanece fechado devido a feriado.
Mesmo com a divulgação de dados positivos na Europa, como a melhora inesperada na confiança das empresas alemãs segundo o Instituto Ifo, os investidores não demonstraram entusiasmo.
Os principais índices da região operam no vermelho: o STOXX 600 recua 0,17%, o DAX da Alemanha cai 0,20%, o CAC 40 da França perde 0,57%, enquanto o FTSE MIB da Itália avança discretamente, com alta de 0,08%.
Na Ásia, os mercados encerraram o dia em alta, impulsionados pela liquidez abundante e pelo bom desempenho dos setores de terras raras e imobiliário.
O índice de Xangai subiu 1,51%, atingindo o maior nível desde agosto de 2015, enquanto o CSI300 avançou 2,08%, superando marcas anteriores e alcançando o patamar mais alto desde julho de 2022.
Outros mercados asiáticos também fecharam em terreno positivo: o Nikkei, em Tóquio, subiu 0,41%; o Hang Seng, em Hong Kong, avançou 1,94%; o Kospi, em Seul, teve alta de 1,30%; o Taiex, em Taiwan, ganhou 2,16%; o Straits Times, em Cingapura, valorizou-se 0,08%; e o S&P/ASX 200, em Sydney, registrou leve alta de 0,06%.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
*Com informações da agência de notícias Reuters
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