Empresas encontram inovação ao investir em olhares fora do óbvio – CartaCapital

Nem todos têm a mesma linha de partida ao iniciar a vida profissional. Enquanto alguns chegam com acesso a educação, redes de apoio e oportunidades, muitos permanecem à margem de uma sociedade que exige qualificação, mas não oferece condições para alcançá-la. É nesse espaço que surgem potenciais ainda invisíveis, capazes de contribuir para negócios e para a transformação social, caso encontrem portas abertas.

Segundo Carmela Borst, autora do artigo “O que a genialidade dos olhares não óbvios pode trazer às empresas”, falar sobre inclusão é falar sobre reparação. Para ela, capacidade e talento não estão restritos a CEP, cor de pele, gênero, idade ou diploma. Estão presentes em pessoas que muitas vezes são reduzidas a estatísticas de desemprego ou evasão escolar.

Educação, tecnologia e oportunidades

Criar caminhos por meio de educação e geração de empregos é apontado como uma estratégia sustentável e transformadora. Nesse processo, a tecnologia assume papel central, desde que democratizada e aplicada para incluir e não segregar.

“O mais urgente não é acompanhar a velocidade das inovações, mas garantir sua democratização. Isso significa capacitação, letramento digital e uso da inteligência artificial de forma acessível às empresas e à sociedade”, afirma Carmela.

Foi desse propósito que nasceu o SoulCode Studio, iniciativa que reúne talentos diversos em projetos de tecnologia. Pessoas que antes eram vistas apenas como parte de índices de exclusão hoje desenvolvem produtos digitais, imprimem identidade e criatividade em soluções que atendem empresas de diferentes segmentos.

Potência criativa

Ao abrir espaço para profissionais de origens diversas, as empresas acessam novas perspectivas e formas de pensar. Para Borst, a diversidade vai além da representatividade e amplia a capacidade criativa e favorece a inovação.

“O mercado precisa confiar nesses olhares. Não se trata só de incluir, mas abrir espaço para ideias que desafiem padrões. Quem já esteve do lado de fora sabe como redesenhar o que está dentro”, conclui.

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