O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pediu aos integrantes da Casa Alta que deixem para 2026 os embates eleitorais e cobrou mais diálogo e responsabilidade.
As afirmações, proferidas na abertura da sessão desta terça-feira 19, ocorrem no momento em que parlamentares bolsonaristas pressionam Alcolumbre a aceitar um dos pedidos de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
“Que a gente possa deixar os embates do processo eleitoral para o ano da eleição e se debruçar sobre as agendas que são o princípio das nossas obrigações”, declarou.
Alcolumbre afirmou que tem dialogado com representantes de instituições, do Congresso Nacional, de entidades da sociedade civil e de movimentos sociais e religiosos. Predomina nas conversas, segundo ele, um “sentimento generalizado de angústia” diante do que chamou de “radicalismo e intransigência”.
“As famílias estão divididas. A sociedade está dividida. Vejo filho brigando com pai, pai brigando com filho, primo contra primo, avô brigando com neto e neto discutindo com avô. Seria muito bom que buscássemos a paz e a compreensão, para que, mesmo nas divergências, pudéssemos respeitar o outro.”
A oposição no Senado afirmou ter alcançado, neste mês, 41 assinaturas para o impeachment de Moraes. O número representa a maioria da Casa e seria suficiente para aprovar a abertura formal do processo em plenário, caso Alcolumbre resolvesse colocá-lo em pauta.
Mesmo assim, o processo seguirá travado, uma vez que o presidente já declarou que não pretende pautar o tema.