Levantamento da plataforma de recrutamento Gupy revela que profissionais de 18 a 24 anos ficam, em média, nove meses em cada emprego. Nas gerações anteriores, a permanência média era de dois anos. O índice também foi influenciado pela pandemia: em 2023, 41% desses trabalhadores trocaram de emprego em 12 meses, contra 22% antes do período.
Segundo Thaís Roque, mentora de carreiras e especialista em Gestão de Negócios, Liderança e Capital Humano pela Universidade de Nova Iorque, a alta rotatividade está ligada ao desalinhamento de valores e à busca por propósito. Ela afirma que a Geração Z analisa mais criticamente causas, ética e impacto social, e tende a buscar novas oportunidades quando não encontra significado no trabalho.
Desafios de engajamento e liderança
A pesquisa Tendências Globais de Capital Humano 2025, da Deloitte, mostra que apenas 6% dos entrevistados acreditam que suas empresas avançam na chamada sustentabilidade humana — a criação de valor para todas as pessoas conectadas ao negócio como parte da estratégia central.
No relacionamento entre equipes e líderes, um dos desafios é equilibrar estabilidade e agilidade, conceito chamado de stagility. Embora amplamente discutido, só 39% das organizações afirmam adotar essa prática.
Necessidade de novos modelos
Para Thaís Roque, empresas que pretendem reter talentos jovens precisam rever estruturas hierárquicas tradicionais e investir em modelos mais colaborativos e flexíveis. Ela defende que planos de carreira estáticos e cargos imutáveis não atendem à mentalidade das novas gerações, que buscam liberdade para evoluir e contribuir de diferentes formas ao longo do tempo.
Na visão da especialista, organizações que conciliam propósito e resultados têm mais chances de atrair e manter profissionais da Geração Z.