Na tarde desta segunda-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o governo brasileiro tinha articulado uma reunião com Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Beesent, para uma discussão sobre o ‘tarifaço’ de do presidente Donald Trump. Porém, a conversa com os EUA, que estava marcada para a próxima quarta-feira, foi cancelada após articulação de bolsonaristas.
Haddad contou, em entrevista ao ‘Estúdio I’, que o governo Trump recebeu informações de bolsonaristas sobre declarações dele apontando que o motivo das tarifas seria político e não econômico e que iria se reunir com Beesent. Depois, a equipe do secretário norte-americano enviou um e-mail desmarcando o encontro para negociações com o Brasil.
“A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca teve conhecimento da minha fala e agiu junto a alguns assessores”, declarou.
O ministro da Fazenda enfatizou que a imposição das tarifas não tem argumento econômico e as sanções contra o Brasil faz parte de ações para atacar a soberania e enfraquecer o país.
Haddad também destacou que já vinha conversando com Scott Beesent desde maio, antes do tarifaço: “O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos já tinha achado a imposição de 10% de tarifa para o Brasil alta demais. Ele mesmo disse que os EUA precisava negociar com o Brasil”, contou.
O ministro do governo Lula contou que Beesent estavam abrindo caminhos para negociações, mas que a interferência de “pseudo-brasileiros” como parlamentares bolsonaristas fez Brasil perder a oportunidade de discutir as tarifas de Trump.
Haddad também criticou governadores de direita e extrema-direita que fazem declarações atacando Lula e afirmando que o presidente brasileiro precisa conversar com o norte-americano, mas nos bastidores impossibilitam negociações articulando com parlamentares dos EUA um ‘boicote’ ao Brasil.