A Universidade Columbia sancionou cerca de 80 estudantes que participaram de um protesto contra a guerra de Israel em Gaza em maio, em meio à ofensiva conduzida pelo governo de Donald Trump contra o que considera antissemitismo nos campi, informou nesta terça-feira 22 uma coalizão de estudantes pró-palestinos.
Segundo o grupo que promoveu os protestos, o Columbia University Apartheid Divest (Cuad), que defende que a universidade rompa seus vínculos com Israel, cerca de 80 alunos serão suspensos por um a três anos ou expulsos por participarem da invasão da biblioteca Butler do campus em maio.
Esta universidade americana de elite anunciou que sua junta judicial determinou na segunda-feira as sanções pelas ações na biblioteca e em outro evento na primavera de 2024.
A instituição de ensino não revela o número de estudantes afetados nem as punições específicas, mas elas podem variar desde a expulsão ou suspensão de um a três anos até a revogação de títulos, de acordo com um comunicado.
Cerca de 80 estudantes foram detidos após invadirem a biblioteca, apesar das medidas adotadas por Columbia para evitar protestos no campus após os distúrbios do ano passado que se espalharam por várias universidades do país.
“As interrupções das atividades acadêmicas constituem uma violação das políticas e normas da Universidade, e tais violações necessariamente acarretarão consequências”, explicou em seu comunicado.
Essas medidas ocorrem após o governo Trump anunciar em março um corte de 400 milhões de dólares (R$ 2,25 bilhões) em subsídios e contratos federais para pesquisa na instituição, além da ameaça subsequente de retirar seu credenciamento como punição por sua passividade no combate ao que classifica como antissemitismo no campus.
Columbia aceitou implementar uma série de reformas na tentativa de recuperar os fundos federais. A universidade já havia tomado medidas disciplinares similares em março devido aos protestos pró-palestinos do ano passado.
Grande defensor de Israel, o presidente republicano acusa de antissemitismo várias universidades americanas de renome, como Columbia e Harvard, por permitirem em suas instalações movimentos estudantis contra a guerra na Faixa de Gaza.
Além de punir as instituições, o governo também perseguiu estudantes estrangeiros que participaram dos protestos, como Mahmoud Khalil, detido por mais de três meses com vistas à deportação, apesar de Khalil ter residência legal nos Estados Unidos. Ele foi libertado em 20 de junho por ordem judicial.