Dois advogados foram presos durante a Operação “Entre Lobos”, nesta terça-feira (22), em Salvador, deflagrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), através do seu Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), em apoio ao Gaeco do MP-SC.

A operação aconteceu de forma simultânea em outros quatro estados da federação — Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul e Alagoas — e é fruto de uma investigação conduzida pelo Gaeco do Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC), com apoio das Promotorias de Justiça locais. Ao todo, estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão (oito preventivas e cinco temporárias) e 35 mandados de busca e apreensão, além de 25 apreensões de veículos e 16 ordens de bloqueio de contas bancárias, com valores de até R$2 milhões por investigado ou empresa envolvida.

As investigações apontam a existência de uma sofisticada e estruturada organização criminosa, que tem como líderes cinco advogados e composta por pelo menos 17 integrantes, especializada na prática de estelionato, lavagem de dinheiro, patrocínio infiel e crimes contra idosos. O grupo é suspeito de prejudicar financeiramente aposentados e pessoas em situação de vulnerabilidade por meio de um esquema de cessões de créditos judiciais fraudadas.

Segundo as informações, o grupo abordava as vítimas — predominantemente idosos, com idade média de 69 anos — ofertando a propositura de ações revisionais de contratos bancários. Depois o ajuizamento dessas ações, sem o devido conhecimento dos clientes, as vítimas eram induzidas a assinar contratos de cessão de crédito por valores muito inferiores aos reais montantes a receber. Em muitos casos, os idosos eram levados a cartórios para reconhecimento de firma, dando aparência de legalidade ao golpe.

As investigações também identificaram o uso do “Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP)” como fachada institucional para captação de vítimas pela internet. O site do instituto era utilizado nacionalmente para atrair aposentados, que, ao acessá-lo, acabavam assinando documentos que permitiam à organização ajuizar ações judiciais e depois operar o desvio dos créditos.

Até o momento, já foram identificadas cerca de 215 vítimas do esquema criminoso, mas há indícios de que mais de mil pessoas possam ter sido lesadas nos estados investigados, o que demonstra a amplitude e a gravidade da atuação da organização criminosa.

Na Bahia, a ação também contou com o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).

Fonte: AloJuca

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *