O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes decidiu, neste sábado 19, manter a prisão preventiva do hacker Walter Delgatti, condenado a oito anos e três meses de prisão no caso da invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça.
Trata-se do mesmo processo que resultou na condenação da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) a dez anos de prisão. A bolsonarista, porém, fugiu para a Itália, é considerada foragida e está na difusão vermelha da Interpol.
Segundo Moraes, as condutas que levaram à condenação de Delgatti “são gravíssimas e ferem com os bens jurídicos tutelados”. Não existe, acrescentou o ministro, qualquer fato novo a alterar os fundamentos da prisão preventiva.
Zambelli e Delgatti ainda terão ainda de pagar uma indenização de 2 milhões de reais por danos materiais e morais coletivos. Ambos estão inelegíveis.
Conforme a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o hacker violou mecanismos de segurança e invadiu dispositivos informáticos do CNJ — sob o comando de Zambelli.
De agosto de 2022 a janeiro de 2023, segundo a acusação, ele adulterou dados de documentos como certidões, mandados de prisão, alvarás de soltura e quebras de sigilo bancários, com o objetivo de prejudicar a administração do Judiciário e a credibilidade das instituições e garantir vantagens políticas a Zambelli. Um dos documentos falsos inseridos era um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes.