A indústria varejista deve movimentar 36 trilhões de dólares até 2030, segundo o relatório “Retail Industry Size & Share Analysis – Growth Trends & Forecasts (2025–2030)”, publicado pela Guidant Financial. A estimativa inclui um crescimento médio anual de 6,25% e mostra a força de segmentos como mercearia, alimentos, produtos e bebidas, que concentram 52% da participação global.
Em 2025, o setor já deve alcançar 27 trilhões de dólares. Parte desse avanço é sustentada pela rápida adaptação das empresas ao modelo de varejo com entregas ágeis e redes otimizadas. A velocidade de resposta ao consumidor passou a ser uma prioridade diante das novas exigências de personalização e experiência de compra.
Varejo brasileiro acompanha movimento global
No Brasil, o crescimento do varejo também se reflete na trajetória de pequenas e médias empresas que projetam faturamentos milionários. Um exemplo é o Grupo Pinguim, que começou em um espaço de 40m² em Salvador e prevê uma receita de 15 milhões de reais em 2025.
A empresa atua em três frentes: Pinguim Iglu, voltada para empório e adega; Pinguim Flash, especializada em delivery; e Pinguim Ice, com foco em eventos. O grupo atende tanto consumidores finais quanto empresas, oferecendo soluções logísticas para festivais e ativações de marcas.
Segundo Anderson Soares, sócio fundador da empresa, o crescimento do setor de bebidas tem sido sustentado por estratégias de diversificação e contato direto com o público. A estabilidade na oferta e na demanda também tem favorecido a expansão dos negócios mesmo em cenários econômicos mais instáveis.
Estratégia de “varejo rápido” acelera expansão
Uma das práticas apontadas pela pesquisa da Guidant como tendência global é o chamado “varejo rápido”, que combina logística ágil com foco em personalização. Essa abordagem vem sendo adotada por empresas como o Grupo Pinguim desde 2017.
A empresa cresceu ao entender a urgência dos consumidores e empresas. Nos últimos anos, passou a operar em grandes festivais como o Festival de Verão de Salvador, Bahia Beer, Som Festival, AfroPunk e o Festival de Inverno de Morro do Chapéu.
Para atender diferentes públicos, o grupo estruturou canais B2B e B2C com foco em entrega rápida e personalização de serviços. A meta é manter a escalada de crescimento acompanhando o ritmo do varejo global, que foi acelerado por plataformas como a Amazon, que realizou 9 bilhões de entregas rápidas em 2024.
Operação logística em grandes eventos
Em junho de 2025, o Grupo Pinguim foi responsável pela operação logística de bebidas no São João de Cruz das Almas. A atuação envolveu 90 profissionais em quatro frentes: fornecimento a ambulantes, operação de bar, abastecimento móvel e open bar do camarote principal.
O volume movimentado incluiu 600 barris de chope, 25 mil pacotes de cerveja, 4 mil de refrigerantes, além de bebidas mistas, energéticos e água. A entrega exigiu planejamento e execução em alta escala.
A parceria com o Grupo Heineken foi resultado da expansão estratégica da empresa, que buscou personalizar serviços e reforçar sua logística para diferentes tipos de clientes.
Tecnologia viabiliza novas soluções no setor
A operação no São João também marcou o uso de ferramentas digitais. Com o sistema ZigPay, o grupo liberou 300 mil reais em crédito pré-aprovado para ambulantes operarem com mais autonomia.
O uso de refrigeração avançada, semelhante à aplicada no Rock in Rio, garantiu estabilidade no serviço mesmo diante de desafios técnicos. Segundo Anderson, a aplicação dessas soluções foi essencial para manter a agilidade nas entregas e melhorar a experiência do consumidor.
Bebidas ganham espaço, mas enfrentam desafios logísticos
Apesar do avanço, o setor de bebidas ainda enfrenta barreiras logísticas. Atender consumidores e empresas ao mesmo tempo exige estrutura operacional robusta e capacidade de personalização em larga escala.
A pesquisa da Guidant destaca esse desafio e aponta que, mesmo com crescimento acelerado, o sucesso depende de estratégias específicas para manter eficiência nas entregas.
Empresas como o Grupo Pinguim ilustram como o varejo nacional pode evoluir combinando logística, tecnologia e resposta rápida à demanda. O modelo adotado pela empresa baiana mostra como negócios locais têm acompanhado o ritmo de expansão do setor em escala global.