Trump aplica métodos de regimes autoritários contra a imprensa, denuncia RSF – CartaCapital

Nos primeiros seis meses de seu mandato, o presidente americano, Donald Trump, se destacou como “um dos maiores defensores” de um movimento mundial hostil aos meios de comunicação, afirmou nesta quinta-feira 17 a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Desde que assumiu a Casa Branca em 20 de janeiro, Trump vem multiplicando os “ataques verbais” e as medidas para “limitar” a liberdade de imprensa nos Estados Unidos, inspirando-se em “regimes autoritários” e também os influenciando, estimou a RSF em um comunicado.

“Várias dessas táticas não são nada novas, fazem parte do manual dos predadores da imprensa em todo o mundo. Mas claramente, Trump amplificou esse fenômeno, encorajando e inspirando outros líderes a atacarem seus meios nacionais”, declarou Clayton Weimers, diretor da RSF para os Estados Unidos.

Em fevereiro, a Casa Branca restringiu o acesso da agência de notícias Associated Press (AP) porque a empresa se recusava, e continua se recusando, a usar o nome “Golfo da América” em vez de “Golfo do México”, como exige o léxico ‘trumpista’.

A administração Trump também busca desmantelar o sistema audiovisual público e anunciou o fechamento, contestado nos tribunais, das rádios internacionais Voice of America, Radio Free Europe/Radio Liberty e Radio Free Asia.

Essa medida privaria centenas de milhões de ouvintes no mundo de “informações confiáveis” e favoreceria assim o crescimento dos canais de “propaganda” de “regimes autoritários como Rússia e China”, apontou a RSF.

O governo americano prevê ainda a eliminação de fundos federais destinados às rádios e televisões públicas NPR e PBS, respectivamente, bem como a várias estações locais afiliadas.

Além disso, o presidente processou a emissora privada CBS e o jornal The Des Moines Register por uma cobertura midiática que considerava tendenciosa contra ele, usando assim o sistema judicial para tentar silenciar os meios de comunicação, continua a ONG, que também vê paralelos com a Hungria de Viktor Orban ou El Salvador de Nayib Bukele.

Repost

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *