Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira 11, pela primeira vez, sanções contra o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, quatro anos depois dos grandes protestos contra o governo cubano.
O Departamento de Estado restringiu o visto de Díaz-Canel e os de outras “figuras-chave”, como os ministros da Defesa, Álvaro López Miera, e do Interior, Lázaro Alberto Álvarez Casas. A informação foi divulgada pelo chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, em sua conta na rede social X.
A sanção ao presidente, também líder do Partido Comunista, eleva ao máximo a pressão sobre o governo de Cuba, cujo chanceler, Bruno Rodríguez, denunciou no X a medida do governo de Donald Trump.
Os Estados Unidos “são capazes de impor sanções migratórias contra líderes revolucionários e de manter uma guerra econômica prolongada e implacável contra Cuba, mas não têm a capacidade de dobrar a vontade deste povo nem de seus líderes”, protestou Rodríguez.
O Departamento de Estado acrescentou o “Torre K”, um hotel de 42 andares de Havana, à lista de lugares restritos “para evitar que dólares americanos financiem a repressão do regime cubano”.
O estabelecimento, inaugurado recentemente em uma área central da capital cubana, gerou fortes críticas devido ao enorme investimento que o governo fez em novos hotéis enquanto o turismo está cada vez menor.
“Enquanto o povo cubano sofre com a escassez de alimentos, água, medicamentos e eletricidade, o regime desperdiça dinheiro”, escreveu Rubio.
Também no X, Rubio acusou Cuba de torturar o dissidente cubano José Daniel Ferrer e exigiu uma “prova de vida imediata”.
Líder da União Patriótica de Cuba (Unpacu), Ferrer fez parte dos 553 presos libertados em janeiro no âmbito de um acordo entre Cuba e o Vaticano, depois que o ex-presidente americano Joe Biden aceitou retirar a ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo.
Mas, no final de abril, revogaram sua liberdade condicional concedida em janeiro, o que provocou protestos de Washington, que havia voltado a incluir Cuba na lista quando o republicano Trump retornou ao poder em janeiro.
O chefe da diplomacia americana também pediu “a libertação de todos os presos políticos” no país.
Centenas de pessoas foram presas nas manifestações de 2021, que terminaram com um morto e dezenas de feridos.