Anistia Internacional acusa Israel de cometer um 'genocídio ao vivo' em Gaza

A Anistia Internacional acusou Israel, nesta terça-feira 29, de cometer um “genocídio ao vivo” contra palestinos na Faixa de Gaza, ao forçar a maioria da população a se deslocar e provocar uma catástrofe humanitária no território.

“Desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas cometeu crimes terríveis contra cidadãos de Israel e capturou mais de 250 reféns, o mundo assiste em suas telas a um genocídio ao vivo”, denunciou a secretária-geral da Anistia Internacional em seu relatório anual.

“Os Estados assistiram, como se fossem impotentes, a Israel matar milhares de palestinas e palestinos, massacrando famílias inteiras de várias gerações e destruindo residências, meios de subsistência, hospitais e estabelecimentos escolares”, apontou.

Segundo a organização, suas “investigações” demonstraram que “Israel cometeu atos proibidos pela Convenção sobre Genocídios, com a intenção específica de destruir a população palestina de Gaza”.

A Anistia Internacional já havia acusado Israel de genocídio em 2024, algo que as autoridades israelenses rejeitaram categoricamente.

O relatório cita “assassinatos”, “danos graves à integridade física ou mental de civis”, “deslocamentos e desaparecimentos forçados” e “a imposição deliberada de condições de vida destinadas a provocar a destruição física dessas pessoas”.

Além disso, cerca de 1,9 milhão de palestinos (90% da população da Faixa de Gaza) tiveram de abandonar seus lares em consequência do conflito, lembra a Anistia, que sustenta que Israel provocou “deliberadamente uma catástrofe humanitária sem precedentes”.

A ONG também criticou duramente a atitude da comunidade internacional. “Grandes potências, incluindo os Estados Unidos e muitos países da Europa Ocidental, apoiaram publicamente os atos de Israel, minando assim o valor universal do direito internacional”, denunciou.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino Hamas em território israelense, que resultou na morte de 1.218 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia pelos islamistas, 58 continuam retidas em Gaza, das quais 34 teriam morrido, segundo o Exército israelense.

Em resposta, Israel lançou uma campanha militar no território palestino que causou a morte de pelo menos 52.243 pessoas, majoritariamente civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas e considerados confiáveis pela ONU.

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