Os professores das Universidades Estaduais da Bahia, em assembleias realizadas nesta semana, rejeitaram a proposta de recomposição salarial do governo estadual. Como resposta ao Palácio de Ondina, aprovaram uma nova contraproposta e a paralisação por 24h na Uneb, Uefs, Uesb e Uesc, que acontecerá na próxima segunda-feira (19), em todo o território baiano.

A assembleia da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb) aconteceu na quarta-feira (14), no Campus de Salvador. Professores presentes na atividade entenderam que, embora a proposta do governo tenha sido rebaixada, houve um avanço nas negociações.

“O Executivo assumiu o compromisso de pagar, pelos próximos quatro anos, o valor da inflação do ano anterior. Consideramos isso um fato positivo. Porém, quanto à proposta de recomposição dos salários defasados em quase 35%, segundo os dados do Dieese, o governo só aceita pagar 1% ao ano, também pelo período de quatro anos. A proposta causou indignação entre os professores”, afirmou Clóvis Piáu, o coordenador da Aduneb.

O professor João José Borges, coordenador da pasta de comunicação da Aduneb, destacou que a situação fiscal da Bahia é uma das melhores do país, e isso permite pensar o quanto o governo Jerônimo Rodrigues deveria ser mais justo na proposta de reparação salarial.

“Não podemos aceitar que 1% seja uma proposta digna, ainda mais considerando que o atual governador é também oriundo de uma universidade do Estado”, afirmou Borges.

O docente explicou ainda que a Lei de Responsabilidade Fiscal do país impõe, como limite prudencial para despesas com folha, o percentual de 46,55% da Receita Corrente Líquida. Na Bahia, o percentual de tais despesas é de aproximadamente 40%. Os dados comprovam que o governo tem margem segura e suficiente para realizar a recomposição salarial reivindicada.

Na mesma segunda-feira (19), dia da paralisação, acontecerá na Capital baiana mais uma reunião da mesa de negociação, entre as representações do governo e dos professores. A atividade será realizada às 14h30, na Secretaria Estadual da Educação.

Contraproposta –  Os professores também aprovaram uma contraproposta que será apresentada ao governo na reunião de segunda-feira. A proposição foi elaborada tendo como parâmetro os ganhos reais conquistados pela categoria no governo Jaques Wagner, também do PT.

Assim, o movimento reivindica o pagamento das perdas inflacionárias do ano anterior (com base nos índices do IPCA), e acrescenta um reajuste de 4,5% de recomposição salarial, a ser pago em 1º de janeiro (data-base da categoria), pelos próximos três anos.

Além da questão salarial, os professores também reivindicam a resolução para questões como as filas paradas de promoções e progressões, a implantação das mudanças de regime de trabalho remanescentes e o final da lista tríplice para a escolha de reitoras e reitores.



Fonte: AloJuca

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