Uma operação federal surpreendeu o advogado José Mario Rios Soares Júnior, conhecido como “Marinho Soares”, ao realizar uma busca e apreensão em sua residência, em Salvador. A ação, que faz parte de uma investigação mais ampla, foi motivada por transferências financeiras relacionadas a um dos principais investigados na chamada “Operação Ragnarok”. Segundo relatos do próprio advogado, a operação se deu pelo fato dele atuar como advogado constituído no processo.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OBA-BA) impetrou Habeas Corpus para trancar inquérito e preservar direitos profissionais em favor de Soares. O pedido, apresentado à 2ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária da Bahia, visa ao trancamento do inquérito policial que investiga o advogado por suposta participação em crimes como estelionato, dispensa irregular de licitação e lavagem de dinheiro. Durante a investigação, além da busca e apreensão, houve o bloqueio das contas bancárias de Soares, o que gerou indignação na comunidade jurídica.

Em entrevista ao Alô Juca, Soares esclareceu que o dinheiro recebido, e que foi objeto da busca, é referente ao pagamento por serviços advocatícios prestados e devidamente registrados. “O que recebi foi pelo meu trabalho de advogado. Não há qualquer irregularidade nisso. Imagine um vendedor que recebe um pagamento por um produto vendido, isso é completamente legal“, afirmou. Ele ainda ressaltou que a situação causou grande desconforto, especialmente por ter ocorrido na presença de seus filhos, e se mostrou indignado, alegando que todos os seus atos foram dentro da legalidade e que a busca e apreensão foram desnecessárias.

A OAB-BA defende que a investigação compromete o direito constitucional à ampla defesa e ao livre exercício da advocacia, argumentando que o simples recebimento de honorários advocatícios de um cliente não constitui crime. A ordem destacou que Soares tem sido injustamente acusado de integrar uma organização criminosa, e que as autoridades falharam ao omitir informações cruciais ao juiz, como o fato de ele ser advogado do principal acusado desde 2020. Esse detalhe, segundo a OAB, demonstra que os valores recebidos são honorários legítimos, e não fruto de atividades ilícitas.



Fonte: AloJuca

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