Em estado grave de saúde, um jovem de 24 anos, que sofre de compulsão alimentar e atualmente pesa mais de 160 kg, recebeu a indicação de realizar um tratamento através de internamento em uma clínica especializada pelo prazo de 60 dias.
Com obesidade mórbida e IMC de 52, Matheus Maia Moreia é paciente do Hospital da Obesidade e conseguiu, por meio de liminar na justiça, o direito à realização do tratamento com cobertura total pelo plano de saúde ao qual é associado. No entanto, para sua surpresa, a Unimed Central Nacional, que havia autorizado a permanência na clínica por sete dias com a promessa de renovação do tempo adicional, não enviou a liberação e o paciente teve que voltar para casa.
Com o acompanhamento incompleto, Matheus continua com grave risco à saúde, devido às complicações cardíacas, hepáticas e circulatórias que enfrenta. Para o Alô Juca, ele disse que se sente enganado já que inicialmente a empresa tinha acatado a decisão judicial “Com essa situação toda, eu estou me sentindo revoltado, enganado, porque o plano faz uma promessa para você, né? A gente fez todo o procedimento correto. Falei com o plano e eles disseram que quando chegasse na clínica, lá no hospital, iriam fazer o processo”, acrescentou.
Mas o jovem disse que não vai desistir “E agora a gente está recorrendo novamente, dizendo que eles não estão cumprindo com o prometido, porque não é a primeira vez”, comentou.
Matheus aguarda uma nova liminar que possa obrigar o plano de saúde a cumprir a decisão da juíza Catucha Moreira Gidi, que determinou a autorização e o custeio total pela empresa do período completo de internamento, incluindo a possibilidade de renovação do prazo, se necessário, após nova avaliação médica.
Na clínica, o jovem teria recebido tratamento em regime de internação com uma equipe multidisciplinar que inclui especialistas das áreas de endocrinologia, cardiologia, nutrição, entre outras especialidades, visando alcançar o peso necessário para reduzir o IMC para níveis saudáveis.
Em nota a Unimed Central Nacional esclareceu que não recusou o tratamento contra obesidade ao beneficiário, mas afirmou que ele acionou a Justiça para receber atendimento em um SPA especializado em emagrecimento não credenciado pela operadora. A empresa está cumprindo a liminar judicial, seguindo seu protocolo interno aplicado a outros prestadores de serviço. A Unimed ressaltou que esse tipo de tratamento não está previsto em contrato nem no rol obrigatório da ANS e tomará medidas judiciais para esclarecer a adequação dos serviços solicitados. O SPA mencionado cobra da operadora até R$ 4.000,00 por diária, totalizando aproximadamente R$ 120.000,00 por uma internação de 30 dias.
Já o Hospital da Obesidade, informou que a unidade de saúde está estabelecida desde 2008 e registrado em entidades reguladoras como o CREMEB, foca no tratamento da obesidade mórbida, reconhecida como uma doença crônica pela ANS e pela OMS. Sua equipe transdisciplinar aborda comorbidades associadas, como doenças cardiorrespiratórias, ortopédicas, neurológicas, psiquiátricas e fisiomotoras, visando à saúde mental e física dos pacientes, incluindo crianças, adolescentes e idosos. O custo do tratamento varia conforme as necessidades individuais, mas a instituição prioriza a qualidade terapêutica sobre considerações financeiras, conforme comprovado por estudos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais.