Uma pesquisa divulgada pelo Greenpeace, neste domingo 12, destaca que 9 em cada 10 brasileiros acreditam que o governo deveria investir no combate ao desmatamento e que as proteção das florestas é essencial para o enfrentamento da crise climática. O levantamento, realizado em 17 países, traz um panorama das necessidades globais em relação ao meio ambiente às vésperas da COP30.
O estudo foi feito pelo instituto Opinium com 17 mil participantes viventes na Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Indonésia, Quênia, Malásia, Países Baixos, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.
Os resultados específicos do Brasil reforçam o cenário internacional: no total, 8 em cada 10 entrevistado também acreditam que seus governantes devem reforçar o combate ao desmatamento. Os dados revelam um apoio massivo para que os governos assumam
compromissos fortes e urgentes para acabar com o desmatamento e implementar políticas eficazes de proteção florestal, que contem com o protagonismo e a colaboração dos povos indígenas.
Questionados se depositam maior confiança no governo ou nos povos indígenas para proteger as florestas, 78% dos entrevistados mostraram maior confiabilidade nos povos originários e comunidades locais para garantir a preservação dos recursos naturais. Além disso, 75% dos entrevistados concordam que os povos indígenas devem receber financiamento para proteger as florestas, ainda que o grau de apoio varie entre os países participantes.
Quatro em cada cinco entrevistados também acreditam que empresas as empresas que contribuem para o desmatamento devem ser punidas pelo governo, que por sua vez precisam enrijecer a fiscalização e as penas para aqueles que cometam crimes ambientais. Embora haja amplo apoio a maioria das medidas de proteção contra o desmatamento, a adesão é maior em países que históricamente foram mais afetados, como a Indonésia (95%), Malásia (95%) e Quênia (89%).
“Este apoio público esmagador envia uma mensagem poderosa aos governos antes da COP30, que acontece pela primeira vez no coração da floresta amazônica. Os líderes mundiais devem ouvir seus povos e agir de acordo com suas responsabilidades morais, legais e políticas para acabar com o desmatamento, a fim de manter a meta de 1,5°C”, afirma a Diretora Executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali.
Já países que vivem a escassez de minérios, como Estados Unidos e Coreia do Sul, se mostram menos inclinados a apoiar medidas de proteção ambiental.
PRÉ-COP
Na segunda-feira 13, a organização da COP-30 receberá cerca de 50 delegações em um pré-evento, que não consta na agenda oficial da cúpula, para que representantes de governo e organismos internacionais possam alinhar posições, antecipar pontos de convergência e reduzir eventuais desgastes antes da cúpula, que ocorre em novembro em Belém, no Pará.
A abertura será feita pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, que assume a liderança do evento enquanto Lula cumpre agenda em Roma, no Fórum Mundial de Alimentação.
No sábado 11, o Greenpeace Brasil projetou mensagens nos prédios do Congresso Nacional com mensagens pressionando líderes internacionais a pautarem a proteção das florestas durante a COP30.