
O primeiro emprego em tecnologia continua como um dos principais obstáculos para jovens e profissionais em transição. Embora o setor siga aquecido, dados do relatório Experis Tech Talent Outlook, da Manpower Group, indicam que 59% das empresas pretendem contratar em 2025. Ainda assim, quem busca a primeira vaga enfrenta barreiras que vão além da formação técnica.
Além disso, o mercado convive com uma contradição. Falta mão de obra especializada, mas candidatos em início de carreira seguem fora dos processos seletivos. A dificuldade está ligada à falta de experiência prática, preparo comportamental e orientação sobre o funcionamento do setor.
Segundo Ana Letícia Lucca, CRO da Escola da Nuvem, organização da sociedade civil focada em educação tecnológica, o primeiro emprego exige acompanhamento desde o início. “Quem está começando precisa entender o ritmo do setor, lidar com inseguranças e desenvolver habilidades aplicáveis ao dia a dia do trabalho”, afirma.
Para apoiar quem busca espaço no mercado, a Escola da Nuvem reuniu seis orientações recorrentes entre empresas que contratam iniciantes em tecnologia.
Base técnica sustenta o primeiro emprego
Antes de temas em alta, como inteligência artificial ou frameworks avançados, o primeiro emprego costuma exigir domínio de fundamentos. Lógica de programação, redes, banco de dados e conceitos iniciais de computação em nuvem aparecem como pré-requisitos frequentes. Sem isso, a evolução profissional tende a ser mais lenta.
Habilidades comportamentais pesam na seleção
Em seguida, entram as chamadas soft skills. Comunicação clara, organização, postura profissional e abertura a feedback influenciam diretamente as decisões de contratação. Levantamento da Escola da Nuvem mostra que 30,8% das empresas apontam essas competências como barreira para o primeiro emprego. “A parte técnica pode ser ensinada. Comportamento depende de prática e convivência”, diz Ana Letícia Lucca.
Aprendizado contínuo faz parte da rotina
Ao mesmo tempo, tecnologia exige atualização constante. Para quem busca o primeiro emprego, manter uma rotina de estudos, cursos introdutórios e certificações ajuda a acompanhar as mudanças do setor. Plataformas gratuitas costumam ser usadas como porta de entrada.
Portfólio mostra capacidade de aplicação
Outro ponto relevante envolve o portfólio. Projetos próprios, participação em desafios técnicos, contribuições em comunidades e repositórios no GitHub funcionam como evidência prática. Para o primeiro emprego, mostrar o que foi feito pesa tanto quanto listar cursos.
Networking encurta o caminho para primeiro emprego
Além disso, o networking segue como fator de acesso. Eventos, fóruns, mentorias e grupos de tecnologia ajudam a entender o mercado e ampliar oportunidades. Para muitos jovens, essas redes oferecem informações que não aparecem em anúncios de vaga.
Inglês amplia opções desde o início
Por fim, o inglês aparece como diferencial desde o primeiro emprego. Mesmo quando não é exigido, grande parte da documentação técnica e das ferramentas está no idioma. Cursos gratuitos e conteúdos acessíveis ajudam a reduzir essa barreira ao longo do processo de entrada no setor.
